
Os alimentos orgânicos promovem a saúde humana
A afirmação científica de que os orgânicos promovem a saúde ainda não havia sido feita. Mas após a pesquisa da Newcastle University, na Grã-Bretanha, que vem sendo conduzida há três anos e deve ser concluída em 2008, já se pode afirmar seguramente que alguns alimentos orgânicos são melhores do que seus semelhantes convencionais.
O primeiro indicador são os antioxidantes. O leite orgânico pode conter entre 50% e 80% mais antioxidantes do que o produzido convencionalmente; os legumes e as verduras orgânicas possuem 40% a mais da substância que bloqueia os efeitos danosos dos radicais livres.
Nos últimos anos, aumentou substancialmente a investigação a respeito da eficácia dos antioxidantes sobre às enfermidades, principalmente nos países desenvolvidos do ocidente. As pesquisas têm tentado comprovar os benefícios dos antioxidantes nas enfermidades cardiovasculares, em numerosos tipos de câncer, na AIDS e, inclusive, em outras doenças diretamente associadas ao processo de envelhecimento, como a catarata, a Doença de Alzheimer e outras alterações do sistema nervoso.
Principais tipos de antioxidantes:
Antioxidantes não enzimáticos:
•Vitamina C
•Vitamina E
•Betacaroteno
•Flavonóides
•Selênio
•Zinco
•Licopeno
•Cobre
•Conservantes (aditivos alimentares)
•Compostos fenólicos
Antioxidantes enzimáticos:
•superóxido dismutase
•catalase
•glutationo peroxidase
•glutaredoxina
•tioredoxina
Outro resultado das pesquisas atesta que o alimento orgânico contém menos ácidos graxos trans, considerados nocivos à saúde.
Os ácidos graxos trans, encontrados na carne bovina, no leite e, conseqüentemente, em seus derivados, sempre fizeram parte da dieta humana. Nos alimentos industrializados, eles estão presentes, entre outros, nas margarinas, nos biscoitos e salgadinhos, em função da utilização de óleos parcialmente hidrogenados na formulação desses produtos.
Estudos comprovam que os ácidos graxos trans têm impacto nos níveis de colesterol sangüíneo e provocam o aumento dos níveis de LDL e a diminuição de HDL, importantes fatores de risco para as doenças cardiovasculares.
Ainda não se sabe ao certo a quantidade de ácidos graxos trans que, ingerida na alimentação, afeta o organismo. Porém, seus efeitos negativos sobre o colesterol já estão comprovados. De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde –, a recomendação para uma dieta saudável, é que seu consumo diário sempre permaneça abaixo de 1% do consumo diário de calorias.
Os trabalhos da pesquisa da Newcastle University ainda prosseguirão até o final de 2008, mas o objetivo não será mais comprovar que os alimentos orgânicos são mais saudáveis que os convencionais. Isso já está concluído. O que se quer saber agora é o que, na agricultura orgânica, fornece um conteúdo nutricional maior e menor quantidade de substâncias indesejadas ao alimento. Esta mudança de foco na conclusão das pesquisas poderá revelar o quanto a preservação das propriedades naturais do solo são importantes no cultivo dos alimentos.
Este tema até foi pauta de estudo publicado na revista Journal of Agricultural and Food Chemistry, que concluiu que a ausência de fertilizantes na agricultura orgânica produz maiores níveis de flavonóides – substâncias consideradas benéficas à saúde por suas propriedades antioxidantes. Os flavonóides são produzidos como um mecanismo de defesa que pode ser acionado por deficiências de nutrientes, como a falta de nitrogênio no solo. Como o nitrogênio está facilmente acessível nas lavouras convencionais, não-orgânicas, as plantas não "precisam" e, portanto, nem se esforçam para produzir os flavonóides.
Em síntese: estes estudos estão fornecendo informações importantes e grandes benefícios ao homem. Assim como concluir que os alimentos orgânicos atuam positivamente na promoção da saúde, entender e respeitar o solo serão de grande valia para o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente nos próximos anos. Sem dúvida, a principal conclusão de tudo isso é que está surgindo uma visão mais integrada sobre como promover a “verdadeira” saúde, do homem e do planeta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário