quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Aprender brincando a ser feliz !



Brincar aguça a sensibilidade e proporciona a base que permite à criança perceber o sentimento do próximo e a existência de Deus.



Emprestar o lápis, dar o brinquedo, pegá-lo de volta, trocar a figurinha, destrocá-la, fazer as pazes, brigar, fazer as pazes de novo. Tal processo orienta o alicerce do relacionamento humano, que são a simpatia, a bondade, a cortesia, a cooperação e a importância de perdoar e ser perdoado.

Para a pedagoga, Danielle Carreira Fernandes, o ato de brincar nem sempre vem acompanhado de um brinquedo. “Brincamos com palavras, pessoas, músicas, animais, roupas, livros, para estimular a criatividade e a fantasia”, afirma Danielle.

Assim, as descobertas provêm do fato de as crianças levarem a sério as brincadeiras num ambiente descontraído e harmonioso. Um exemplo é quando precisam se organizar para descer a escada na escola. Há mais respeito entre os colegas e compreensão das orientações do que se fosse dito: "É necessário descer devagar para não cair". Em casa, os pais podem usar a mesma metodologia nas refeições e nas práticas de higiene para uma devida apropriação das regras. “Podem ser realizadas competições de quem deixará o prato limpo primeiro. Frequentemente, verifica-se que pais, filhos e irmãos acabam de comer quase juntos, o que faz com que todos estejam em primeiro lugar”, sugere a pedagoga.

Além disso, brincar facilita o trabalho em equipe e exercita a socialização com as pessoas mesmo em situações de competitividade. No entanto, boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta. Como afirma o escritor e filósofo, Rubem Alves: “Quem brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou”.
Dessa forma, os momentos lúdicos tornam-se mágicos, encantadores e recompensadores para crianças e adultos. E esse faz-de-conta também é sinônimo de atividade, de liberação de energia conforme esclarece a professora de educação física, Camila Almeida Garcia Palma: “Brincadeiras como corre-cotia, queimado e pega-pega desenvolvem a parte respiratória, a flexibilidade, o equilíbrio, a agilidade e permitem a exploração dos limites do próprio corpo”. Ocorre igualmente uma explosão de sentimentos, em que as crianças extravasam e vão construindo sua autonomia.

Segundo o presidente da Igreja Messiânica Mundial, reverendíssimo Tetsuo Watanabe, o mais importante para a mudança de sentimento é o contato com a vida em si. “A criança consegue sentir a força que existe na natureza e como Deus está presente em tudo o que tem vida; esse contato vai lapidando seu caráter”, explica Watanabe. Como os filhos aprendem com os pais, procurando imitá-los, torna-se indispensável que estes cultivem bons sentimentos, boas atitudes e sejam capazes de transmitir valores como solidariedade e altruísmo. Assim, tem início a fase de aprimoramento durante a qual, desejando a felicidade e o bem estar do próximo, as crianças passam a se colocar em segundo plano, a perceber o sentimento alheio, fortalecendo sua própria sensibilidade e se conectando com a vontade de Deus.

BOX:
Criança brinca de ser mãe, pai, médico, cozinheiro, motorista... É uma forma de viver todas as vidas possíveis antes de fazer uma escolha ou descoberta. Nesse sentido, algumas dicas podem ajudar nesse aprendizado:
– É importante escutar atentamente o que a criança diz para que ela expresse seus ideais, medos e satisfações, sem julgamentos ou comparações;

– Colocar-se no lugar do outro (amigo, irmão, avó)permite que ela perceba inúmeras formas de enfrentar um problema;

– Cometer erros durante os jogos estimula sua capacidade de análise;

– O fundamental é que a criança possa demonstrar suas fantasias livremente para compará-las com a realidade do futuro. Ela precisa aprender que há um tempo certo para a realização de cada coisa e que, com esforço e dedicação, tudo vale a pena.



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Por Adriana Petrov Rodarte

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