quinta-feira, 10 de junho de 2010

Menos 12 mil quilômetros quadrados de vegetação em seis anos





Entre 2002 e 2008, o Pantanal perdeu 12,4 mil quilômetros quadrados (km²) de vegetação. O desmatamento avança mais na área de planalto do bioma e é menos intensivo na planície. Estudo apresentado nesta semana mostra que 86,6% da vegetação da planície está preservada, mas só restam 41,8% de cobertura original no planalto.

A pecuária é o principal vetor do desmatamento no Pantanal, de acordo com o levantamento. A conversão de vegetação em pastagens é responsável por 11,1% do uso da terra na área de planície e 43,5% no planalto. A agricultura ocupa 0,3% da região de planície do bioma e 9,9% do planalto.

O estudo, feito em parceria entre as organizações não governamentais WWF, Conservação Internacional, SOS Pantanal, SOS Mata Atlântica, a Fundação Avina e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), comparou imagens de satélites com visitas de campo pela região.

A diferença entre a devastação no planalto e na planície reflete diferenças nas forma de ocupação do bioma. De acordo com o levantamento, o planalto é fortemente ocupado pela agricultura e pela pecuária. Na planície, a pecuária mais extensiva pressiona menos a abertura de novas áreas.

Apesar do crescimento do desmate verificado no período, a situação do Pantanal ainda é melhor que a de outros biomas do país. A Amazônia registra taxa anual de desmate de cerca de 7 mil km² e o Cerrado já perdeu metade de sua cobertura vegetal original.

(Agência Brasil)


Fonte: Luana Lourenço, da Agência Brasil

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O brilho de uma estrela


Na bandeira nacional, cada estrela representa um estado. Em destaque, sozinha, acima da faixa de "Ordem e Progresso", temos o Pará, que empresta seu nome a uma castanha, que, ultimamente, anda muito conhecida e respeitada por todos nós: a castanha-do-pará. Sua denominação mudou para castanha-do-brasil, mas não sabemos se o nome pegou.

Lá da Estrela do Norte, onde se preservou o mais puro paladar da raiz brasileira, vem o açaí, o tucupi, o tacacá e outras delícias mais.

Tempos atrás, alguns integrantes do setor da alimentação natural visitaram o Pará. Relatam que, em suas memórias degustativas, ficou gravado o sabor de uma água de coco tomada em Icoaraci, que, de tão doce, adoça toda lembrança desta terra querida. E ainda, quando fizeram uma pequena viagem ao interior, para visitar a cidade de Castanhal, permaneceu o cheiro da castanha-do-pará sendo torrada para se fazer doces e biscoitos. Disseram que é um aroma inesquecível.

A castanha-do-pará, antes de ter o aspecto que costumamos conhecer, é um fruto extremamente duro, chamado de ouriço, que nasce da castanheira, árvore frondosa e exuberante da Amazônia. Seu peso é, em média, de 700 gramas e traz, em seu interior, entre 10 e 25 sementes.

Contudo, para se ter a castanha na sua forma final, ainda é necessário mais um pouco de esforço e retirar a amêndoa que está inserida em uma casca dura e enrugosa. Porém, todo esforço vale a pena para se ter nas mãos este pequeno tesouro.

Consumir duas castanhas diariamente garante as doses de selênio de que nosso corpo necessita para preservar cada célula e também, o mais importante, para promover a destoxificação de metais pesados e outras substâncias tóxicas, que, de alguma maneira, ingerimos. É uma eliminação de toxinas que pode ocorrer de maneira simples, segura e natural.

Na presença do selênio, a tireoide funciona melhor na produção de hormônios, auxilia no combate do envelhecimento celular e tem especial papel na proteção do cérebro.

E ainda, é muito prático carregar conosco esta delícia, que podemos saborear num lanche entre as refeições principais.

O perigo é surgir a vontade de avançar no pote e comer muitas e muitas castanhas. O efeito colateral do excesso será um mau hálito e uma cor amarelada nas mãos. Talvez, alguns quilinhos a mais. Lembrando sempre que é bom evitar todo e qualquer excesso.

Por outro lado, não correremos risco algum ao saborear pratos que levem a castanha-do-pará na receita, pois dificilmente eles pedirão seu uso excessivo.

É interessante saber que, mesmo indo ao fogo ou à geladeira, suas características e sua reserva de selênio não irão se perder.

O selênio, presente nos alimentos que a Grande Natureza nos oferece, é bem mais absorvido pelo organismo e vem na medida certa, por isso é completamente desnecessário pensar em suplementação.

Inclua em sua rotina as duas castanhas-do-pará, levando-as no bolso, na bolsa ou na mochila, fazendo a estrela da sua saúde brilhar.

Como uma pequena prática de altruísmo, vá para a cozinha preparar nossa sugestão de receita e ofereça esta recordação degustativa aos seus familiares e amigos. E, no fi nal, brilhe com os elogios.

O famoso Sushi


Para saborear o sushi não existem tabus ou complicadas regras de etiqueta como na culinária francesa. Pode-se comer com as mãos ou com o hashi, os “palitinhos japoneses”. Existem algumas restrições apenas na maneira de utilizar o “shoyu” (molho de soja). Alguns ingredientes do sushi já vêm temperados, mas outros, como o atum, a lula e o salmão, precisam do molho shoyu. Coloca-se um pouco de shoyu no kozara (prato pequeno), pega-se o sushi com o hashi prendendo o arroz (ou shari, outra denominação para o arroz branco) e o peixe, inclina-se e molha-se rapidamente a parte do peixe no shoyu. Mergulhar o arroz no shoyu ou molhar em excesso faz com que se perca o sabor do peixe cuidadosamente preparado.



História

O sushi existe há mais de 1300 anos, e surgiu primeiramente nos países do Sudeste Asiático (Tailândia, Malásia, etc). Naquela época, prensava-se o peixe salgado com arroz. O arroz era utilizado somente para conservar o peixe e depois era jogado fora. Porém, com o passar dos tempos e o visível encarecimento do arroz, esta prática de conservação foi sendo gradativamente deixada de lado por muitos daqueles países.

No Japão, foram registradas as primeiras evidências desta iguaria, trazida através da China, em torno do ano 700. Já no século XVII, foi introduzido o vinagre no arroz para encurtar o período de preservação. Assim tornou-se comum o sushi tipo oshizushi: cobria-se o arroz, temperado apenas com vinagre, com o peixe cru, colocava-se numa caixa de madeira com um peso por cima para comprimi-lo e deixava-se descansar por um dia antes de ser consumido.

O sushi mais conhecido e popular, chamado niguirizushi, apareceu somente no período Edo (1603-1868), em torno de 1800. Favorecido pela crescente vida “agitada” que tomava forma nas cidades grandes, o nigirizushi surgiu como uma espécie de fast-food nos arredores de Tóquio. As pessoas petiscavam na entrada dos estabelecimentos, nas ruas ou à beira de estradas. Assim, o método de preservação havia sido substituído pelo conceito de frescor e rapidez para servir.

Hoje encontramos os mais diversos tipos de sushis, dentre os quais os mais comuns, além do nigirizushi, são o makisushi (sushi enrolado), o chirashizushi (sushi montado na caixa), o inarizushi (sushi “ensacado”) e o temaki (sushi em cone).

Arroz


Tecnologia - Suihanki está presente em todos os lares japoneses


Alimento fundamental na dieta japonesa, o arroz já serviu até como moeda


O início do cultivo do arroz no Japão é uma incógnita. Recentes pesquisas mostram que entre a Era Jomon, há mais de 3 mil anos, e a Era Yayoi (300 a.C.~300 d.C.), o arroz foi introduzido no arquipélago pelo norte da ilha de Kyushu, vindo do Sudeste Asiático.

A introdução do arroz mudou radicalmente o modo de vida do japonês, que até então era nômade e, com o cultivo do arroz, tornou-se sedentário.

O arroz cultivado era do tipo longo e avermelhado; e seu plantio, muito rudimentar. Num terreno, abriam-se pequenos sulcos e despejavam-se os grãos, não recebendo nenhuma espécie de cuidado. Num dado momento da história, verificou-se que, se o arroz fosse plantado num terreno com água em abundância, a colheita seria maior e de melhor qualidade. Esta técnica de cultivo ganhou adeptos e se espalhou por todo o território japonês.

O Japão possui condições climáticas ideais para o cultivo do arroz, por isso a colheita aumentava a cada ano, enriquecendo e dando poder aos agricultores. Houve um período em que o arroz era algo tão precioso que servia como pagamento de impostos e também como pagamento aos samurais. Desde então, o arroz é considerado como um bem inestimável, tanto que até hoje é realizado, no Palácio Imperial, o Niinamesai, cerimônia em agradecimento pela boa colheita. Para simbolizar esse mesmo sentimento de gratidão entre o povo, foi instituído o feriado nacional do Dia de Ação de Graça pelo Trabalho (23 de novembro).

O consumo do arroz branco iniciou-se em meados da Era Edo (século XVIII). Até então, eles consumiam o arroz integral e o arroz semibranco. O arroz branco atingiu o status de alimento principal do japonês somente depois da Segunda Guerra Mundial. Até então, ele era misturado com trigo, painço ou sorgo. Além dessa mistura, a alimentação contava com milho, batata, nabo e feijão. O arroz branco só era consumido em ocasiões especiais, como Ano Novo e Finados (Obon).

Durante a guerra, o arroz praticamente desapareceu da mesa do japonês. Nesta época, eles comiam batatas e abóboras, até mesmo o caule destas serviam como alimento. Somente no pós-guerra é que a produção de arroz não só se normalizou, como também cresceu 50%, se comparado com o período antes da guerra. Atualmente, verifica-se uma queda no consumo do arroz, devido ao crescimento do consumo de pão, resultante da influência da cultura ocidental.

Você sabia?

Existe uma cantiga popular que ensina a preparar o arroz: “hajime chorochoro nakapappa butsubutsu iu koro hi o hiite akago nakutomo futa toruna”. Traduzindo este dito, teremos algo semelhante a: “no início, fogo baixo; no meio, fogo alto; quando a água tiver evaporado, diminua o fogo novamente e não destampe a panela de maneira nenhuma.”

No início, são necessários cerca de 10 minutos até a água começar a ferver. Se o fogo for muito forte, levantará fervura em menos tempo. Com isso, somente a parte externa dos grãos receberá calor. A parte interna, além de não receber calor, não recebe também a umidade necessária para o bom cozimento. Passada esta fase, aumente o fogo para que o processo de ebulição seja rápido. Quando o vapor diminuir, o fogo deve ser baixado e aumentado novamente no fim. Deixe-o alto de 20 a 30 segundos, para fazer evaporar a umidade do fundo da panela. Depois, deve-se apagar o fogo. Deixe a panela tampada por um tempo.


Hoje, a maioria dos lares, senão todos, possuem a panela elétrica para cozinhar o arroz (suihanki), porém o melhor arroz cozido (gohan) continua sendo o preparado no fogão. Os renomados chefs da cozinha japonesa dão preferência ao gohan preparado de modo tradicional.